Desde 2010, Antonio Madeira, francês luso-descendente com
raizes familiares no Dão Serra da Estrela, tem vindo a pesquizar e a cultivar
vinhas velhas situadas em sitios especiais com paixão, dedicação e precisão,
aplicando métodos respeituosos pela vida dos solos e que facilitam a expressão
do « terroir » nos vinhos. Não utiliza herbicidas e trabalha os solos
manualmente com enxadas e a ajuda de um cavalo.
No sopé de Serra da Estrela, 2013 foi um ano de longa e boa
maturação. A qualidade dos vinhos de 2013 ficou ligada as uvas que foram
vindimidas antes ou depois de uma semana intensa de chuva que occoreu em fim de
Setembro. Felizmente no nosso caso, conseguiu-se vindimar toda a produção nos
ultimos dias que antecederam a chuva.
Luis Lopes, énologo da Quinta da Pellada, tem-me ajudado a
fazer os vinhos desde o inicio desta aventura. O Luis tem tido um papel
fundamental neste projecto. Alem de grande amigo, vejo o Luis como um dos mais
talentosos enologos da nova geração portuguesa. Uma pessoa aberta, culta, sabia
e humilde. Uma pessoa que procura fazer vinhos o mais naturalmente possivel.
Partilhamos a mesma filosofia e hoje em dia não trocaria o Luis por nenhum
enologo, por mais famoso que seja.
Um dia em que estavamos a trasfegar os tintos de 2013,
depois do fim da malolactica, o Luis procurou fazer o lote que mais o
emocionasse. Resultou uma barrica em que entraram vinhos de 3 vinhas velhas.
Mais tarde, cada vez que provavamos aquela barrica, ficavamos sempre com a
ideia de que ela merecia ser engarrafada a parte. Foi o que fizemos.
Pedi ao Luis para escolher o nome do vinho e para criar o
rotulo, porque este seria o « seu » vinho. Um vinho que serve para
homenagear o talento do Luis e todo o apoio que ele me tem dado desde 2010. O
Luis escolheu o nome « Moreish », palavra inglesa que expressa
perfeitamente a ideia que o Luis tinha em cabeça no momento de criar o
lote : « beber um copo e chorar por mais ! ».
VINIFICACÃO
A filosofia de vinificação esta focada na procura da
expressão do terroir da Serra da Estrela. Como tal, não foi utilizado nenhum
produto enologico a não ser o sulfuroso.
A fermentação alcoolica realizou-se naturalmente com as
leveduras indigenas, em dornas abertas. Procurou-se pouca extracção,
trabalhando-se por « infusão » na procura da elegância e finesse
caracteristica da região. A temperatura de fermentação foi regulada com sacos
de gelo e o frio das noites serranas.
Depois de prensado, o vinho fez a malolactica em inox e
depois passou para uma barrica usada de carvalho francês, onde estagiou durante 12 meses. O engarrafamento foi
efectuado em Julho de 2015.
NOTAS DE PROVA
Vinho de guarda, cheio de energia, focado na sua origem, abrir 1 a 2 horas
antes de beber.
Aroma subtil, complexo, cereja rija, mato. Boca elegante e
sedosa, cheia de energia, fresca e tensa. Estimula a papilas. Como sugere o nome,
um vinho de « beber um copo e chorar por mais ».
INFORMACÃO TECNICA
PRODUTOR Antonio
Madeira REGIÃO Dão (Portugal) TIPO DE SOLO Granito
VINHA 3 parcelas de
vinhas velhas IDADE DAS
CEPAS 50 a 120 anos
CASTAS Field blend
de castas autoctones composto a 75% por Baga, Jaen e Tinta Amarela. Nos
outros 25% entram mais de 20 castas antigas.
ALTURA DO MAR 500m CONDUCÃO DAS VINHAS Guyot
PERIODO DE VINDIMA A volta de 20 de Setembro 2013
FORMA DE VINDIMA Manual
FERMENTACÃO Leveduras
indigenas, dornas abertas com temperatura controlada
MALOLACTICA Inox
ESTAGIO 6 meses em
inox, seguidos de 12 meses em barricas usada de carvalho francês (225 L).
ENGARRAFADO Julho
2015
ALCOOL (%) 13,6
PH 3,62 ACIDEZ TOTAL (G/L) 5,91
ACIDEZ VOLATIL (G/L) 0,69
SO2 LIVRE (MG/L)
16 SO2 TOTAL (MG/L) 46
AÇÚCAR RESIDUAL (G/L) 0,6
MASSA VOLÚMICA (G/ML)
0,9911
PRODUCÃO 288
garrafas
SUGESTÃO DE ACOMPANHAMENTO
Cordeiro, carnes vermelhas, carnes brancas, pato e bacalhau
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