sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

O Vietname

Caros leitores,
Antes de mais peço desculpa por não ter escrito nada por aqui ja ha bastante tempo. Os ultimos meses têm sido terriveis em todos os sentidos. Não tenho tido tempo para nada senão andar sempre a correr, sempre a tratar de varios assuntos a cada dia que passa.

Faz agora um pouco mais de 4 meses que trouxe em definitivo a familia para viver em Portugal. No momento em que escrevo ja não tenho certezas sobre se fiz bem ou mal a trazer para ca. Houve aquele episodio traumatizante do fogo que destruiu tudo (ou quase) a nossa volta. E houve muitos mais outros problemas a aparecerem. Digamos que desde que cheguei, parece que aterrei um pouco de paraquedas no Vietnam. Muita gente a tentar nos criar problemas, a tentar nos complicar a vida. A verdade é que até têm conseguido. Estão de parabens. Não vou me alongar, em 4 meses, a lista de complicações que tive de emfreitar daria para prencher duas folhas A4 com algumas dezenas de pontos.

Ando bastante desiludido. A magia que via no mundo do vinho vai se perdendo. Cada vez são mais claros os jogos de interesses, as redes de invejas. Não era disto que vinha a procura. Quer as pequenas gentes, quer os agentes economicos, quer os "criticos", acaba por ser tudo um sistema em que de facto não me revejo e que de todas as maneiras não aceitam nem a minha pessoa, nem o modelo que defendo.

Não me vou alongar muito mais sobre o negativo. Até porque ao mesmo tempo ha bastante de positivo.

Os vinhos que ando a fazer nunca foram tão bons e proximos do que procuro, cristalinos, vibrantes, mostrando um sentido de terroir, uma mineralidade pouco comuns. Não temos duvidas da singularidade dos nossos vinhos no panorama português.

Se a procura dos meus vinhos em Portugal é muito fraco (devido a varios factores), a verdade é que não tenho tido vinho suficiente para a procura e o entusiasmo cada vez maior la fora, em mercados mais maduros e conhecedores.

Por isso, caro leitor, não me leve a mal, mas estou com uma tentação muito grande de desaparecer do mapa mediatico/redes sociais portugueses, para fugir longe das falsidades, confusões e jogos de interesses, para viver tranquilamente a minha vida, em paz, onde gosto de estar, na vinha, fazendo vinho para quem procura outra coisa do que ilusões, para quem procura sentido.

Um abraço,
Até um dia!