sábado, 15 de março de 2014

O field blend Baga/Tourigo

Hoje apresento-vos uma das "novidades" de 2014.


Mais uma vinha velha que comecei a tratar este inverno.


Vinha que estava a pedir uma mão.
 

O solo ja não era trabalhado ha mais de 5 anos.


Os 80 anos do dono, irmão do meu avo, ja não lhe permitiam fazer o que sempre tinha feito desde a plantação, trabalhar o solo manualmente, a enxada.



A vinha tinha ficado por isso estes ultimos anos tal como estava na altura da escava ha 5 anos.


Criou-se assim uma sensação estranha nas carreiras, como se andassemos sobre pequenas colinas rijas.


O solo nesta micro-zona costuma no verão enrijecer, ficar mais compacto do que o habitual neste sopé da Serra da Estrela, isto por ter um misto de granito e de barro.


Caracteristicas interessantes, pois palpito que me vai permitir experimentar um estilo um pouco diferente do que tenho feito, um estilo um pouco mais "Robustus", mais potente que lembra aquela expressão da "mão de ferro em luva de veludo".


Estava na altura de agir.


O dono ja não podia e tinha me pedido na altura das vindimas para lhe ficar com a vinha.



Ele ja não tinha forças para a cultivar e a vinha estava a ficar fraquinha.


Levou-me la e gostei do sitio.


Combinamos então ficar eu a dar uma nova vida a esta vinha que o meu tio-avo plantou ha mais de 50 anos na altura da sua juventude.



Na altura da poda tivemos algumas surpresas a nivel das castas.


Pouco Jaen e pouco branco, quando no geral as vinhas velhas desta zona costuma ter bastante de ambos.


A Baga esta la bem presente, talvez uns 60 ou 70%, mas isso ja não admira, pois aqui é que ela tem o seu berço.


A maior supresa foi mesmo encontrar tanta Touriga Nacional, uns 20 ou 30%.
Pois habitualmente nas vinhas velhas a sua presença costuma ser residual.


Temos assim um field blend dominante de Baga e Tourigo, um assemblage que lembra o do Pape.


Este inverno, ja trabalhamos o solo a mão e com o nosso amigo do costume.


A fraqueza da vinha estava a pedir estrume organico.



Fiz-lhe a vontade.


A chuva invernal complicou-nos a vida, foram mais de dois meses sempre a chover.


Isso dificultou muito a intervenção do nosso amigo, tivemos de esperar por tempo seco para acabar o trabalho.


Mas la conseguimos.


Não abusamos na dose, como nos outros casos, apenas distruibimos o estrume carreira sim, carreira não.


E como nos outros casos, não utilizamos adubo quimico.


E de vez em quando o nosso amigo la ia oferecenco mais algum estrume, especial e gratis!


A vinha vai assim poder ganhar novo vigor.


Este ano, ja se devera notar alguma coisa, mas sera sobretudo no proximo que mais se sentira os efeitos.


O vinho esse ja se podera começar a fazer em 2014.
Depois la para 2016/2017 contarei com vocês para ajudar a tornar isto tudo sustentavel!
Posso contar com vocês?

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