Fomos três pessoas, o meu sogro, o Ti Zé Rebelo e eu. No dia seguinte tb foi o meu primo Flavio "Sokota" para apanhar as vides.
Foram bons momentos, que aqui vou relatar.
As cêpas apresentavam formas que têm mais a ver com o contorcionismo do que com os standards da viticultura actual.
Começamos pela parte de baixo.
E fomos subindo, levando duas carreiras de cada vez.
Eu alternava entre a carreira do meu sogro e do Ti Zé Rebelo.
As varas iam ficando em pequenos montes carreira sim, carreira não.
As varas foram depois apanhadas e queimadas pelo meu primo Flavio aka "Sokota".
Pelas varas conseguiamos reconhecer algumas castas brancas e tintas.
Nas brancas reconhecemos o Bical, conhecido localmente pelo nome de "Borrado das Moscas".
Nas tintas reconhecemos bastantes cêpas de Jaen e de Baga.
La mais para a frente, despois do abrolhamento, quando começarem a aparecer as folhas, ja se podera identificar mais castas pela forma da folha.
Encontramos videiras muito cansadas. Notava-se que pelo menos na poda do ano anterior houve um claro abuso a nivel da carga deixada. Não era rara a vez em que encontramos videira com 16 ou 20 varas, um exagero para cêpas tão antigas. Não temos duvidas que a continuar assim, em meia duzia de anos morriam todas...
Encontravamos assim, principalmente na parte de baixo, varas muito finas e curtas, com muito pouco vigor. A vinha estava cansada e esfomeada.
Para resolver isto tivemos muita vez de apenas deixas três olhos, a ver se a vinha ganha vigor este ano.
Por isso, a colheita sera pequena este ano, mas a situação que encontramos assim o obriga. Pelo menos se formos sérios a salvar a vinha.
Pelo menos para mim, que vivo numa grande cidade, é uma actividade que me permite evacuar o stress acumulado. E mesmo muito bom, actividade manual mas ao mesmo tempo cerebral, tecnica, a levar-nos a tomar varias decisões, pois cada cêpa é um caso a resolver.
Longe da cidade, aqui so se houvem os passaros e o vento. Quando se tem consciencia disto, o momento presente torna-se jubilatorio.
Os amadores do Yoga estão avisados, têm aqui uma boa alternativa!
No cimo da vinha encontra-seuma tradicional palheira ;)
"Este sitio é muito bom, ha poucas vinhas assim tão barreirentas" dizia-lhe referindo-se ao declive, solo e orientação da vinha.
"Pena é a vinha estar no estado em que esta", "vais ter pouco vinho"...
Ainda recebemos uma visita :)
A visita de uma pessoa sem a qual nada disto seria possivel.
Agora a proxima fase sera estrumar a vinha. Ela esta esfomeada, bem precisa para reforçar o vigor.
Para tal tera de vir alguem que tenha um cavalo para abrir a terra, pois as carreiras são estreitas, não permitem a entrada de tractor. Alias mesmo com o cavalo não sera facil, pois o espaço para virar tambem é curto. Vai ser engraçado!
Mais um grande artigo cheio de carinho pelo Dão!!
ResponderEliminarVotos de bom trabalho!!!
Meu Caro, belas fotos, bela Vinha, muito Bela mesmo. Já ando ha anos com vontade de "pegar" numa vinha da família...cada vez ganho mais vontade.CumprimentosIL
ResponderEliminarObrigado a todos pelos comentarios!
ResponderEliminarLindo!
ResponderEliminarJá tive a oportunidade de provar uma das suas experiências à dois anos na banca do Alvaro Castro no Vinho ao Vivo, fiquei com o Tinta Pinheira na memória....estou muito curioso com o que anda a fazer....quando será possível voltar a provar os seus néctares? Vai mete-los no mercado?
Cumprimentos e felicidades nesse projecto!
Guardo boas recordações desse dia no Vinho ao Vivo. Foi no verão de 2011, fui a convite do Alvaro Castro para dar a provar os vinhos de 2010 e assim ouvir opiniões. Tinha levado de facto um Tinta Pinheira, assim como um Jaen e mais dois outros vinhos de vinhas velhas com castas misturadas, onde se encontra muita Baga. Hoje em dia esses vinhos estão misturados num blend a espera de engarrafamento.
ResponderEliminarA ideia é começar a engarrafar nesta primavera.
Sim pretendo coloca-los no mercado, por varias razões.
A primeira é que isto tudo da bastantes despesas e so pode ser sustentavel se houver vendas.
A segunda e não menos importante é que quero ajudar a divulgar o Dão.
A terceira é que, embora seja quase utopia, sonho um dia poder-me dedicar a isto a 100%.
Bem haja pela curiosidade demostrada!
Também guardo boas recordações desse final de tarde de Verão. Lembro-me perfeitamente do Tinta Pinheira, não me lembro se provei os outros ou não.
ResponderEliminarEspero poder contribuir para que se possa dedicar a isto a 100%.
Até breve e boa continuação, está num óptimo caminho!
Cumprimentos
Muito obrigado!
ResponderEliminarwww.Global-Satisfaction.pt
ResponderEliminarVerdadeira obra d'arte em vinhas velhas.
Digno de ser apreciado.