Dão Antonio Madeira Vinhas Velhas
2011
A Historia ensina-nos que o Dão pertence a aqueles sitios
que o Homem, desde ha muito, reconheceu como sendo predilecto para a produção
de grandes vinhos. Apesar de apresentar enorme
potencial para a produção de grandes vinhos tintos e brancos de guarda, talvez
o maior de Portugal, é uma região que teima em ficar no escuro, longe dos holofotes.
E tambem uma região que tem vindo a destruir o seu
patrimonio de vinhas velhas, vinhas recheadas de castas autoctones, hoje em dia
praticamente esquecidas. Vinhas que vão desaparecendo com os seus donos.
Antonio Madeira, francês luso-descendente , tem as suas
raizes familiares no sopé da Serra da Estrela, sub-região do Dão. Nestas terras
altas, Antonio acredita que se encontra o coração historico do Dão, a zona que
apresenta maior potencial para vinhos de guarda, a zona onde os vinhos se
mostram mais finos, frescos, austeros e minerais.
Desde 2010, Antonio Madeira tem vindo a pesquizar nesta
sub-região os sitios que os nossos antepassados elegeram como os melhores para
vinha, aqueles que poderiamos chamar de « Grands Crus do Dão
serrano ». Tem assim vindo a encontrar uma serie de vinhas velhas que se
destacam pela genuinidade das suas castas, pela caracteristicas e nuances dos
seus solos graniticos onde mergulham profundamente as suas raizes e pelas
exposições solares.
Entre elas, esta a vinha que da origem a este vinho.
Trata-se de uma vinha com 50 anos salva do abandono, depois de não ter sido
podada durante 3 anos. Em 2010, ano do salvamento, em 1 ha obteve-se apenas
80kg de uva. Como tal, não houve engarrafamento.
2011 é por isso a primeira colheita deste vinho que visa a
divulgar o Dão Serrano e as suas castas autoctones.
VINIFICACÃO
A Serra da Estrela, sub-região do Dão, conheceu um ano de
2011, marcado por um inicio de primavera quente e humido. Tornou-se por isso um
ano complicado para o viticultor. Foi necessario muito trabalho, viticultura de
orfevraria para conseguir obter uvas perfeitas em condições tão adversas. O
verão que se seguiu foi quente e relativamente seco, o que uma boa maturação
das uvas.
A filosofia de vinificação respeita as uvas, a natureza e o
enofilo, focando-se na procura da expressão do terroir da Serra da Estrela. Como tal, não foi utilizado nenhum produto enologico a não
ser o sulfuroso.
A fermentação alcoolica realizou-se em dornas abertas com a
tradicional pisa a pé. Arrancou
naturalmente, com as leveduras da
propria vinha de maneira a expressar de forma pura a sua identidade. A temperatura de fermentação foi regulada com sacos de gelo
e o frio das noites serranas. Procurou-se pouca extracção.
Depois de prensado, o vinho passou directamente para
barricas usadas de carvalho francês, onde realizou a fermentação maloláctica
até a primavera seguinte e estagiou durante 16 meses.
As trasfegas foram realizadas por gravidade e a cântaros.
O engarrafamento foi efectuado em Março de 2013.
NOTAS DE PROVA
Expressa o carácter e a elegância da terra que o viu nascer.
Leva-nos a viajar no tempo para descobrir os aromas e
sabores do sopé da Serra da Estrela, no Dão, tal como ele era no tempo dos
nossos avós.
Aromas e sabores minerais, lembra pedras de granito no fundo
de um ribeiro de fruta vermelha fresca
de caracter silvestre. Com nuances vegetais viçosas e perfumado por
pequenas flores, caruma e pinhal, leva-nos até as paisagens tradicionais do
sopé da Serra da Estrela.
De calibre delicado, puro, tenso, cheio de vida, elegante e
estruturado, brilha belo equilibrio fresco que nos deixa a boca a salivar por
mais um copo.
INFORMACÃO TECNICA
PRODUTOR Antonio
Madeira
REGIÃO Dão
(Portugal)
TIPO DE SOLO Granito
VINHA Vinha velha
salva do abandono no Sopé da Serra da Estrela
IDADE DAS CEPAS 50
anos
CASTAS Field blend
de castas autoctones esquecidas, onde predominam a Tinta Pinheira, o Negro
Mouro (aka Camarate), a Tinta Amarela e a Baga.
CONDUCÃO DAS VINHAS
Guyot (tradicional nas vinhas velhas do Dão Serrano)
ALTURA DO MAR 450m
PERIODO DE VINDIMA
21 de Setembro 2011
FORMA DE VINDIMA
Manual, em caixas
MALOLACTICA
Barricas usadas (2 anos)
FERMENTACÃO Dornas abertas,
regulação da temperatura com sacos de gelo e o frio da noite, fermentação natural com as leveduras da
propria vinha de maneira a expressar o terroir, nenhuma utilização de produtos
enologicos a não ser o sulfuroso.
ENGARRAFADO Março
2013
ESTAGIO 16 meses em
barricas usadas de carvalho francês (225 L), transfegas por gravidade e cântaro
ALCOOL (%) 13.5
PH 3.62
ACIDEZ TOTAL (G/DM3)
5.7
ACIDEZ VOLATIL (G/DM3)
0.53
PRODUCÃO 1500
garrafas
SUGESTÃO DE ACOMPANHAMENTO Cabrito, receitas de bacalhau, carnes brancas, carnes vermelhas, arroz de pato.
Meu caro,
ResponderEliminarAcredita ou não, mas és uma verdadeira inspiração!
Forte abraço e muito sucesso nesse vinho!
Muito obrigado! Essas palavras dão me forças para seguir em frente!
ResponderEliminarMuitos parabéns António.
ResponderEliminarComo seguidor do blog gostaria de saber onde se pode encontrar à venda esta pérola?
Mário
Muito obrigado pelo interesse pelo blog e pelo vinho Mario.
ResponderEliminarEm breve, podera encontrar o vinho um pouco por todo o pais nas melhores garrafeiras.
Abraço
Antonio