sábado, 26 de outubro de 2013

Introdução as vindimas 2013

O tempo, esse recurso cada vez mais raro, escasseia. 
E complicado encontrar tempo quer para escrever um post, quer para tratar dos muitos assuntos que temos para resolver. 
As três semanas que passei em Portugal entre Setembro e Outubro foram marcadas por isso mesmo, a falta de tempo.


Foi preciso andar sempre a correr, do primeiro ao ultimo dia, desde de manhã cedo até a noite. Apesar do cansaço se acumular tinha de se encontrar energias para superar os diversos desafios.
Férias são para normalmente para descansar. Desde que iniciei este projecto ha 4 anos que não sinto esse sabor. Agora a prioridade é outra. Ha que lutar contra ventos e marés, contra obstaculos de diversas origens (por vezes na maldade, estupidez ou inveja das pessoas), para levar o projecto em frente, para concretizar um sonho de vida, um ideal.


Muito tinha para fazer nesta 3 semanas, a "to do list" era extensa.
Entre os diversos temas destacavam-se 3 : as vindimas, as vinificações e resolver a questão da distribuição do 2011.

Foi duro, mas consegui resolver a maior parte dos problemas. Em alguns casos tenho mesmo grandes motivos de satisfação. Nos proximos posts, preparem-se para conhecer mais em pormenor o que se passou!

Em sintese :

  • 7 vindimas, uma de branco e 6 parcelas de tinto
  • 7 vinificações
  • a questão da distribuição resolvida 
E sobretudo, passos importantes e firmes para o futuro do projecto.



As "férias" começaram pelo seguimento das maturações. Era preciso tomar o pulso a cada uma das  parcelas, para planear as vindimas.
Deu logo para confirmar o que palpitava, ou seja que 2013 era um ano com atraso na maturação.


O culpado do atraso é provavelmento o "tempo" (o outro tempo, aquele ligado ao clima).
Em 2012 tambem estavamos perante um ano tardio, por causa da grande seca invernal.
Em 2013, chuveu bem no inverno, a natureza equilibrou o balanço, dando este ano a mais, a agua que não deu no ano anterior. Portanto não foi por falta de agua que atrasou este ano. Desta feita, a razão principal devera procurar-se mais no "tempo" que fez na primavera. Se se recordam bem, foi uma primavera fresca, fria. Assim sendo, o desenvolvimento das videiras atrasou logo no inicio do ciclo vegetativo.


No inicio destas "férias" tambem procurei resolver uma questão que me estava a atormentar desde ha algum tempo. Passo a exmplicar.
Nas vinhas velhas do Dão serrano, encontramos geralmente o branco misturado com o tinto.
Os vinhos resultantes eram por isso tambem mistura de branco com tinto. Seduzia-me reproduzir esse esquema, mas para tal tinha de verificar uma condição, que era de a proporção de branco não ultrapassar uns 5%.
Fui por isso realizar inventarios nas diversas vinhas, contando as cêpas brancas e as cêpas tintas. Cheguei assim a conclusão que so uma vinha respondia a condição de ter menos de 5% de branco.
Essa fiz a vindima de uma so vez. Nas outras resolvi separar o branco do tinto, pois a proporção de branco oscilava entre os 20 e os 30% consoante as vinhas.


As uvas brancas ja indicavam estar a chegar ao ponto ideal de maturação, não havia muito tempo a perder.



Seria a primeira vez que iria vinificar branco. Depois de falar com os meus amigos da Pellada, decidi avançar para a vindima do branco. 


No meio da primeira semana, avançamos portanto para a vindima do branco de 5 vinhas velhas diferentes, onde encontramos muitas castas misturadas, Encruzado, Bical, Cerceal e muitas outras castas locais. Mas disso falarei mais em pormenor no proximo post!

Sem comentários:

Enviar um comentário