sábado, 16 de março de 2013

O cavalo na vinha centenaria

Tal como vos tinha contado anteriormente, a vinha centenaria estava a precisar da ajuda do Homem, para ganhar algum vigor.

Tinhamos a encontrado muito mal tratada, com carga a mais nas podas anteriores, que a tinham deixado muito cansada. Na poda deste ano, a primeira que fiz nesta vinha, deixamos muito pouca carga, a ver se recupera. Nas varas mais fracas, com poucos millimetros de espessura, deixamos, 1, 2, 3 olhos no maximo.

Alem desta poda severa, notava-se que a vinha precisava de comer. Ja não era estrumada ha muitos anos, e notava-se que estava esfomeada. Aproveitei por isso a semana que estive por la em finais de fevereiro para tratar, entre outros deste assunto.

A primeira coisa a fazer, foi encontrar alguem que saiba e esteja habituado a trabalhar com cavalos na vinha. Não foi facil, pois com o desaparecimento progressivo das vinhas velhas, esta arte tambem segue o mesmo caminho.


Mas la consegui e devo dizer que gostei muito da pessoa que encontrei, daquelas pessoas que se nota mesmo que são boas pessoas. Pessoa que conhecia os meus avos e que fui buscar la em cima a Serra.
O cavalo, esse, era mesmo bonito. Aproveitei para levar comigo a minha filha de dois anos, ficou toda contente por ver o "cavalito".


Na quinta-feira de manhã, la se abriram os regos que serviriam a depositar o estrume compostado.


O cavalo puxava o arrade, obedecendo a voz do seu mestre.


A ideia era fazer um rego com duas passagens, carreira sim, carreira não, de maneira a tambem não estrumar demasiado. Mais uma vez, o que importa é o equilibrio!


Um trabalho em que o Homem e o animal conjugam esforços, ligados por laços e instrumentos de outrora.


Era impressionante como o animal percebia e cumpria as instruções do mestre.


Quando chegava ao fim de uma carreira, parava. Ouvia um "vira" e la virava.


Depois, ouvia um "ai não, segue". Resultado : não entrava na carreira seguinte e continuava até ouvir outro "vira".


Conseguia-se assim cumprir o "carreira sim, carreira não", de uma forma tão facil que uma pessoa ficava de boca aberta. Alem de bonitos, os cavalos são mesmo inteligentes!


Cada rego levava duas passagens, para ficarem mais fundos. Idealmente pretendia três passagens, mas o arrade não dava para mais. Por isso, a seguir a "enchada" tambem funcionou.


O trabalho avançava rapidamente, em pouco mais de uma hora, ficaram todos os regos prontos.


De vez em quando, o cavalo, simpactico, ia-nos brindando com umas ofertas...


... de fertilizante gratuito  ;)


Foi uma bela experiência, um bom momento que gostei mesmo de viver.
Alem disso ganhei um novo amigo, com quem poderei contar no futuro.


No dia a seguir, seria a vez de por o estrume compostado nos regos, mas isso contarei no proximo post!

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