A primeira semana foi chuvosa, foi a semana da vinificação da primeira vindima.
Cada vez que o tempo o permitia ia até a vinha tentar prevenir aparição de doenças, retirado alguma folha que estivesse a mais, arejando os cachos.
Na semana seguinte o tempo esteve mais ameno, com algum sol e temperaturas a volta dos 20/25°C.
Foi esperar até ao limite, esperando que a maturação adiantasse o maximo possivel, foram dias bastantes stressantes.
Finalmente vindimei a 6 de outubro na vespera de voltar para Paris.
Tive deste modo de encarreguar alguem da vinificação, seguindo as instruções relativamente ao controlo de temperatura e a extração.
Dia 6 de outubro, foi um sabado, dia de "raizes" segundo o calendaro lunar. Em principio dia que favorece a expressão do solo.
A vindima arrancou de manhã, com pessoal amigo pronto a ajudar.
A ideia era apanhar o resto das uvas que tinham ficado a amadurecer depois da primeira vindima.
Os sinais de podridão começavam a aparecer aqui ou acola, embora ainda pouco. Resultavam da chuva da semana anterior. Por isso pedi ou pessoal para ter atenção e escolher unicamente as uvas sãs.
A meio da manhã chegou o ritual da "bucha", tempo para fazer uma pausa e recarregar baterias.
Depois da "bucha" voltamos para as carreiras, acabar a vindima.
Foi então altura de irmos almoçar ao ar livre, a sombra de um velho castanheiro.
A densidade do mosto indicava um grau potencial a volta dos 12,5%.
Fizemos bem esperar até ao ultimo dia!
A segunda vindima rendeu assim mais uns 1000L.
Assim sendo as duas vindimas de 2012 renderam ao todo 2700L o que diga-se é um produção baixa para 1 ha de vinha, mas o que me importa é conseguir qualidade.
2700L é mais do dobro da produção de 2011 (essa foi de 1100L), e então se remontar a 2010 nem se compara, ja nesse ano, depois de salvar a vinha da morte, obtive 80L.
A vinha esta agora de boa saude, em vez de estar morta, pode continuar a exprimir o Dão de antigamente!
Obrigado António,
ResponderEliminarpelo blog, pelo seu trabalho no Dão e por nos fazer acreditar que a nossa terra continua a valer a pena.
Um abraço e continuação de bom trabalho.
Jorge
Obrigado Jorge, são palavras como as suas que dão força para continuar.
ResponderEliminarAbraço
Antonio