quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

06/10/2012 - A segunda vindima - La seconde vendange

Foram mais duas semanas de espera até a segunda vindima.
A primeira semana foi chuvosa, foi a semana da vinificação da primeira vindima.
Cada vez que o tempo o permitia ia até a vinha tentar prevenir aparição de doenças, retirado alguma folha que estivesse a mais, arejando os cachos.
Na semana seguinte o tempo esteve mais ameno, com algum sol e temperaturas a volta dos 20/25°C.
Foi esperar até ao limite, esperando que a maturação adiantasse o maximo possivel, foram dias bastantes stressantes.

Finalmente vindimei a 6 de outubro na vespera de voltar para Paris.
Tive deste modo de encarreguar alguem da vinificação, seguindo as instruções relativamente ao controlo de temperatura e a extração.


Dia 6 de outubro, foi um sabado, dia de "raizes" segundo o calendaro lunar. Em principio dia que favorece a expressão do solo.


A vindima arrancou de manhã, com pessoal amigo pronto a ajudar.


A ideia era apanhar o resto das uvas que tinham ficado a amadurecer depois da primeira vindima.


Os sinais de podridão começavam a aparecer aqui ou acola, embora ainda pouco. Resultavam da chuva da semana anterior. Por isso pedi ou pessoal para ter atenção e escolher unicamente as uvas sãs.


A meio da manhã chegou o ritual da "bucha", tempo para fazer uma pausa e recarregar baterias.



O pai do meu sogro quis por toda a força vir ajudar, 90 anos, um exemplo para todos nos!




Depois da "bucha" voltamos para as carreiras, acabar a vindima.


 Acabamos um pouco antes do meio-dia.
Foi então altura de irmos almoçar ao ar livre, a sombra de um velho castanheiro.


A tarde levamos as uvas a adega, desengaçamos, encubamos numa cuba a 15°C.
A densidade do mosto indicava um grau potencial a volta dos 12,5%.
Fizemos bem esperar até ao ultimo dia!

A segunda vindima rendeu assim mais uns 1000L.
Assim sendo as duas vindimas de 2012 renderam ao todo 2700L o que diga-se é um produção baixa para 1 ha de vinha, mas o que me importa é conseguir qualidade.

2700L é mais do dobro da produção de 2011 (essa foi de 1100L), e então se remontar a 2010 nem se compara, ja nesse ano, depois de salvar a vinha da morte, obtive 80L.

A vinha esta agora de boa saude, em vez de estar morta, pode continuar a exprimir o Dão de antigamente!

2 comentários:

  1. Obrigado António,

    pelo blog, pelo seu trabalho no Dão e por nos fazer acreditar que a nossa terra continua a valer a pena.

    Um abraço e continuação de bom trabalho.

    Jorge

    ResponderEliminar
  2. Obrigado Jorge, são palavras como as suas que dão força para continuar.
    Abraço
    Antonio

    ResponderEliminar