As
primeiras semanas de Setembro 2010 tambem foram dedicadas ao seguimento da
maturação das uvas das vinhas que queria testar.
Refractometro |
Encomendei
um refractometro a Anadil para medir o potencial alcoolico, que recuperei na Feira dos vinhos do Dão em Nelas.
O Alvaro Castro explicou-me
o procedimento a seguir e la fui eu.
Consistia a
andar pelas vinhas munido de um saco de plastico e apanhar de maneira aleatoria
bagos, de maneira a obter uma amostra do estado de maturação da vinha. Uns 50
bagos são suficientes.
Depois
esmagam-se se os bagos dentro do plastico e escoe-se o sumo para um recipiente,
sem deixar passar a casca e a grainha.
Obtem-se assim um sumo da mistura dos
bagos, do qual se põe uma gota na celula do refractometro.
Visualiza-se assim
uma linha de cor que indica o grau provavel alcoolico.
Segundo os
modelos de refractometro deve-se ou não utilizar uma tabela de correção ligada
a temperatura do sumo. No meu caso não era necessario, tinha um modelo recente.
Tambem é
interessante medir a acidez total do sumo, assim como o pH. O processo é neste
caso mais complicado pois é necessario material de laboratorio, assim como
conhecimento enologico. Sozinho não sabia fazer, nem sempre é necessario. As
vezes que fiz foi com o apoio da Maria ou do Luis, basicamente no inicio do
seguimento e a cada vindima.
Nesta foto tirada no inicio de Agosto, ja ha pintor, mas ainda estamos longe de ter uvas maduras |
Em regra
geral fazia estas analises de maturação de manhã, apanhava os bagos nas
diferentes vinhas e depois ia para a adega.
Fui pela
primeira vez, dia 2 de setembro, apanhar bagos em quatro vinha diferentes,
todas vinhas velhas, 3 das quais com castas misturadas e uma velha so de Jaen.
Em duas das vinhas velhas, colhi os bagos de Jaen a parte. Foi o caso na vinha da
Môlhada e na do Ti João Galracho. O meu sogro e os donos das vinhas foram uma
preciosa ajuda para escolher o Jaen, pois pessoalmente, pelo menos de forma
segura no inicio, não o sabia reconhecer na vinha. Obtive assim 3 sacos de
bagos de Jaen e 3 sacos de castas misturadas sem Jaen.
Pude assim
constatar reais diferenças entre o Jaen e o restante das vinhas. Pois ja no dia
2 de setembro o Jaen ja ia em duas das 3 vinhas perto dos 12% potenciais,
enquanto as outras castas das mesmas vinhas oscilavam entre os 10 e os 11%
potenciais. Outra diferença nota-se na acidez total mais baixa do que no resto,
pois a acidez do Jaen estava a volta dos 4,5 g/l de acido tartarico, enquanto o
resto estava a volta dos 6. Fiquei assim a começar a conhecer melhor esta
casta.
A terceira
vinha que tinha Jaen, so tinha mesmo essa casta. A vinha esta situada num alto
numa aldeia vizinha. Desde o inicio notei um atraso em relação as duas outras
vinhas. Pois enquanto as duas primeiras iam nos 12%, esta ainda estava pelos
11%. A diferença tambem se notava na acidez total mais alta de 0,5 g/l. Pensei
que isso deve significar que esta num local onde a maturação é mais longa e que
isso numa casta precoce deve dar bons resultados. Infelizmente ainda não pude
experimentar esta vinha, por varias razões, mas principalmente por falta de
condições e capacidade de adega.
Outra vinha
que estava mais atrasada era a vinha velha da Grila. Trata-se de uma vinha
velha com castas misturadas (Baga, Negro Mouro, Tinta Pinheira, TN velha e
muitas outras), de que tambem fiz uma barrica. Nessa altura ainda so andava um
pouco acima dos 10% potenciais. A acidez estava boa perto das 6 g/l.
Uvas perto da maturação desejavel |
Conversei
com o Alvaro Castro
e a sua equipa dos resultados das analises.
Ficou claro que ainda era cedo e
que o Jaen teria de se vindimar antes do
resto.
O Alvaro recomendou-me vindimar o Jaen entre 12,5 et 13%, tentando não
passar demasiado os 13% para não se perder nem a frescura aromatica da fruta,
nem a acidez.
Naquela altura ficou claro que pelo menos uma semana poderia
esperar.
No caso das outras vinhas e castas, ainda podia esperar mais.
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