Caros leitores,
Antes de mais peço desculpa por não ter escrito nada por aqui ja ha bastante tempo. Os ultimos meses têm sido terriveis em todos os sentidos. Não tenho tido tempo para nada senão andar sempre a correr, sempre a tratar de varios assuntos a cada dia que passa.
Faz agora um pouco mais de 4 meses que trouxe em definitivo a familia para viver em Portugal. No momento em que escrevo ja não tenho certezas sobre se fiz bem ou mal a trazer para ca. Houve aquele episodio traumatizante do fogo que destruiu tudo (ou quase) a nossa volta. E houve muitos mais outros problemas a aparecerem. Digamos que desde que cheguei, parece que aterrei um pouco de paraquedas no Vietnam. Muita gente a tentar nos criar problemas, a tentar nos complicar a vida. A verdade é que até têm conseguido. Estão de parabens. Não vou me alongar, em 4 meses, a lista de complicações que tive de emfreitar daria para prencher duas folhas A4 com algumas dezenas de pontos.
Ando bastante desiludido. A magia que via no mundo do vinho vai se perdendo. Cada vez são mais claros os jogos de interesses, as redes de invejas. Não era disto que vinha a procura. Quer as pequenas gentes, quer os agentes economicos, quer os "criticos", acaba por ser tudo um sistema em que de facto não me revejo e que de todas as maneiras não aceitam nem a minha pessoa, nem o modelo que defendo.
Não me vou alongar muito mais sobre o negativo. Até porque ao mesmo tempo ha bastante de positivo.
Os vinhos que ando a fazer nunca foram tão bons e proximos do que procuro, cristalinos, vibrantes, mostrando um sentido de terroir, uma mineralidade pouco comuns. Não temos duvidas da singularidade dos nossos vinhos no panorama português.
Se a procura dos meus vinhos em Portugal é muito fraco (devido a varios factores), a verdade é que não tenho tido vinho suficiente para a procura e o entusiasmo cada vez maior la fora, em mercados mais maduros e conhecedores.
Por isso, caro leitor, não me leve a mal, mas estou com uma tentação muito grande de desaparecer do mapa mediatico/redes sociais portugueses, para fugir longe das falsidades, confusões e jogos de interesses, para viver tranquilamente a minha vida, em paz, onde gosto de estar, na vinha, fazendo vinho para quem procura outra coisa do que ilusões, para quem procura sentido.
Um abraço,
Até um dia!
Um grande abraço, companheiro. Entendo-te perfeitamente. Segue em frente. Estarei aqui para o que precisares!
ResponderEliminarUm grande abraço
Rui Miguel Moreira Massa
Tenacidade! Essa é a palavra. Ruderalidade essa é outra palavra. Mas que estou eu para aqui a dizer a alguém que vive o vinho? Que terá de ser como as cêpas que rompem entre o cascalho e a cada ano se renovam do gêlo, da secura, do fogo, dos dentes das cabras e das lâminas assassinas. Nada há para lhe ensinar, apenas dizer que o bom trabalho acaba sempre por se impor. Um abraço e confiança.
ResponderEliminarCaro Antonio,
ResponderEliminarEspero que supere todas estas adversidades. É uma pena que tenha que passar por elas. Eu, aqui de longe, queria muito ter o prazer de contar com os vinhos que você produz. Fiquei muito feliz ao ver que no volume de Janeiro de 2018 da revista inglesa Decanter, o seu Antonio Madeira Vinhas Velhas 2014 ganhou grande destaque na lista dos "The most exciting wines of 2017". Coloco a seguir o texto da revista:
"Antonio Madeira, Vinhas Velhas, Serra da Estrela, Dão, Portugal: A fascinating and restrained style displaying lovely floral elements with pretty wild strawberry and raspberry leaf characters. Elegant tannins are a surprise from this warm country. Certainly an interesting, delightful surprise.
Drink 2018-2024 Alc 12.5%".
Continuarei na torcida pelo seu sucesso, que já é grande.
Um grande abraço,
Flavio
Caro António,
ResponderEliminarPouco percebo do mundo do vinho, tirando o facto de ser um consumidor entusiasta. Sigo atentamente o seu trabalho desde uma prova na GN. Falamos do tempo do lançamento do Vinhas Velhas tinto 2011. Todos os anos aguardo os novos lançamentos e, quando oportuno, cruzo-me consigo nos eventos tipo EVS. Os seus vinhos sempre estão na lista dos que desejo provar.
Como consumidor entusiasta, apenas posso agradecer a sua visão e o carinho que coloca na elaboração dos seus excelentes vinhos.
Que as dificuldades sejam ultrapassadas e tenha todo o tempo para fazer o que tão bem faz com as uvas das velhas videiras.
Cumprimentos,
Cláudio