No imaginario colectivo a Baga esta muito mais associada a Bairrada.
Neste blog tenho explicado que nas vinhas velhas do Dão Serrano a Baga forma a par da Jaen e da Tinta Amarela a base do encepamento. Ou seja, estas vinhas testemunham da presença massiva da Baga na região de outrora.
No post de hoje, partilho convosco o seguinte quadro, baseado num estudo encontrado na net. Estudo realizado por 3 cientificos portugueses sobre a evolução do encepamento da região demarcada do Dão (LC Carneiro, Antero Martins e Vanda Pedroso).
Este quadro baseia-se nos dados do Cadastro Viticola dos concelhos da região demarcada do Dão, publicados no inicio dos anos 80 (entre 1983 e 1985). Mostra as duas castas tintas mais presentes no encepamento de cada um destes concelhos na altura, assim como a % do encepamento.
Baga do concelho de Seia |
As percentagens da Baga e da segunda casta representava 45 a 95% do encepamento.
A Baga era portanto a grande casta do Dão.
Hoje em dia a Baga desapareceu das plantações, sobrevive nas poucas vinhas velhas que restam.
Tal como a Tinta Pinheira, a Negro-Mouro ou a Tinta Carvalha, é hoje mal amada pelos produtores da região.
Preferem focarem-se nas pseudos castas ditas "nobres", por exemplo na estrangeira Tinta Roriz, casta mal adaptada as caracteristicas climaticas da região.
Chega a dar a sensação que os produtores do Dão têm vergonha do passado da região, das suas raizes historicas.
Ora como ja perceberam, este blog e este projecto vitivinicola é exactamente o contrario.
E um projecto que tem orgulho no Dão, na sua historia e que procura valorizar o que resta do seu patrimonio historico, antes que caia definitivamente no esquecimento...
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