http://vinhotibicadas.blogspot.fr/2013/03/mais-uma-experiencia-em-2013.html
Vinha que ia ficando sem ser podada no ano passado e que consegui recuperar e podar a ultima hora, preservando-a do abandono.
Faz por isso parte dos vinhos que vinifiquei em 2013.
O ano viticola de 2013 deu para perceber que a vinha estava em mau estado.
As varas apresentavam-se com pouco vigor, apesar da pouca carga deixada aquando da poda.
Notava-se que a vinha estava esfomeada. Estava mesmo a pedir ajuda.
Por isso, fiz-lhe agora a vontade.
O monte de estrume organico que vêm foi lhe destinado.
Ontem, uma equipa de homens la esteve a distribuir o estrume pelos regos.
Esta vinha de 50 anos bem merece ficar viva!
Situada numa encosta no sopé da Serra da Estrela virada a poente/norte, acho o sitio muito bom.
Esta encosta apresenta variações de solos graniticos muito interessantes. Acredito que estas nuances se refletem depois no vinho, na sua complexidade.
A parte cimeira é a mais rica em matéria organica.
Com menos verdura e mais pedra.
Com esta tendência a acentuar-se cada vez mais.
Culminando na parte mais baixa, onde o calhão domina por completo.
Com pedaços cada vez mais grossos.
As castas, essas são as da terra, aquelas que ja estavam no Dão antes da era da estandardização, co-plantadas a boa maneira dos nosso antepassados, complexo "field blend", com castas tintas e brancas lado a lado.
Na vindima de 2013 apanhei separadamente o branco do tinto.
As uvas brancas entraram no lote do branco, mais outras 4 vinhas velhas. Notamos no caso desta vinha, uma maioria de Cerceal.
No caso das castas tintas, encontrei la varias cêpas de Tinta de Mina, a tal casta tintureira de que ja lhes falei nesta palheira e que encontramos muito nas vinhas antigas desta sub-região do Dão. Em relação a esta casta, cada vez mais os palpites nos orientam para o Alicante Bouschet. Se tal se confirmar, não deixara de causar surpresa. Pois esta casta que encontramos em vinhas com 80 ou mais anos, esta habitualmente mais associada ao Alentejo.
Mas a casta tinta que mais encontramos nesta vinha é outra, tradicional nos encepamentos antigos do Dão, o Bastardo.
Casta ainda mais precoce do que o Jaen, encontra neste sitio condições para uma maturação mais lenta do que o habitual.
Vindimamos em finais de setembro, na vespera daquela semana de chuva intensa que marcou as vindimas de 2013. Obtive assim uvas sãs para um vinho que apontava para um potencial de 12,6% de alcool provavel.
A vinificação, ja sabem, foi natural, lagar, leveduras indigenas, nenhuma adição de produtos enologicos alem do sulfuroso, suave extração, prolongação da maceração/fermentação com o frio. Metodos arriscados e desalinhados, mas que permitem perceber as caracteristicas do terroir.
Se for engarrafado a parte ou em lote com vinhos de outras vinhas ainda não lhes sei responder, o futuro o dira! Mas fica ja o convite para abrirmos umas garrafas a partir de 2015/2016!
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