Como tinha dito no post anterior, estive alguns dias em Portugal no fim de semana passado.
Pude assim verificar como estavam a evoluir os vinhos, tanto os de 2010 como os de 2011.
Os de 2010 estão a evoluir bem, cada vez mais perto de estarem prontos para engarrafar.
Ainda não sei o que vou fazer com eles, mas em prencipio serão feitos alguns lotes, pois as quantidades são muito pequenas, apenas uma barrica de cada vinho/vinha, e não tenho nome para poder engarrafar seleções parcelares.
Em relação ao trabalho de adega, desta vez não fiz quase nada. Os vinhos não precisavam, apenas atestei os pipos depois de ter retirado algumas amostras para analises e ensaios de lotes.
Nesta fase, o mais importante era de ver como andava a fermentação malolactica nos 2011.
Esta fermentação é aquela segunda fermentação que as pessoas da aldeia não sabem bem o que é.
Trata-se de uma fermentação que se da (quando as coisas correm bem) depois da fermentação alcolica, transformando assim o acido malico em acido lactido, tornando assim os vinhos mais suaves, menos acidos.
Pondo o ouvido perto dos batoques das barricas, dava para ouvir ou não o movimento provocado pela emanação de gaz e assim verificar se a fermentação ainda estava em curso.
Ao provar, na boca tambem da logo para notar na lingua, alguns picos e assim constatar que a fermentação ainda não acabou.
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Luis |
Para se saber o estado de avanço, o melhor é analisar o vinho.
Para tal recolhi amostras de cada barrica e fui ter com o meu amigo Luis Lopes, no laboratorio da adega da Quinta da Pellada. O Luis faz parte da equipa de enologia de Alvaro Castro e te me ajudado muito nesta aventura.
Deu assim para ver que apenas uma barrica tinha concluido a fermentação. Protegia logo medindo o sulfuroso a 30 mg/L.
As outras barricas ainda têm a volta de 0,10 / 0,15 g/L de acido malico, por isso a fermentação ainda não acabou mas ja não estão longe disso.
Por isso foi so atesta-las bem.
Fico combinado, que daqui a duas semanas o Luis vai la ver outra vez. Assim que acabarem é proteger logos os vinhos.
Não é por nada que esta fase é das que causa mais stress aos enologos, as bacterias num meio propicio podem fazer das delas...
Aproveitei tambem estes dias para provar dois lotes que os meus amigos da Pellada prepararam a cerca de um mês, misturando alguns dos meus vinhos com alguns deles.
Um lote foi escolhido pelo Alvaro, procurando um pouco o modelo do Pape, misturando a minha Baga da vinha velha do Ti João com Tourigo e Jaen da Pellada.
O outro lote foi da autoria do Eng. Ataide Semedo, misturanda o vinho da Molhada (vinhas velhas de castas misturadas, com boa percentagem de Baga), com Tourigo UKR, Roriz e vinha velha da Pellada.
Gostei de ambos, sendo que de momento o lote do Ataide apresentava-se o mais casado.
Como isto de fazer lotes é bastante complicado, é continuar a experimentar.
Engarrafei mais duas garrafas de lotes, que seram abertas a proxima vez que la for, la para fim de Fevereiro quando for altura de podar (pessoalmente tento podar o mais tarde possivel para previnel efeitos de eventuais geadas tardias).
Desta vez fiz um blend so dos meus vinhos, 50% Jaen e 50% Tina Pinheira. Tenho a intuição que são capaz de casarem bem, a acidez da Tinta Pinheira ligando bem com o lado mais redondo do Jaen (se bem que o meu Jaen tambem tem bastante frescura, não fosse ele alid do sopé da Serra).
No outro bem juntei em partes iguais os meus três vinhos de vinhas velhas e juntei 20% de Touriga Nacional da Pellada, de maneira a fazê-los mais sobresair no lote.
Veremos portanto em fevereiro se resultaram.
Provamos tambem os vinhos de 2011, apesar do malico ainda não estar acabado, prometem muito. Mas disso falarei no proximo post :)
Até breve!