sábado, 29 de agosto de 2015

Enquanto não chegam as vindimas 2015

Ja so falta uma semana para voltar a santa terrinha.
 

 As vindimas estão quase a chegar.


Por enquanto o ano promete.


Veremos se o tempo da uma ajuda e não acaba por estragar parte da colheita, como foi no ano passado.

Enquanto não chega o dia de voltar, o tempo custa a passar.


Para ajudar a aguentar estes ultimos dias, o meu amigo Luis Lopes enviou-me estas fotos esta semana.


Fotos que ilustram o estado de adiantamento de algumas das vinhas que cultivo.


Nestas fotos aparecem ao todo 6 vinhas.


So faltam as fotos de mais outras 5 vinhas que cultivo, para que o puzzle esteja completo.


Puzzle complexo, trabalho de formiga...


Palpita-se que a vindima de branco arrancara logo a seguir a minha chegada.


Embora ja se tenha mais ou menos uma ideia de como se vai começar, a primeira coisa a fazer quando chegar sera ir provar uvas, recolher amostras de cada parcela e medir o grau provavel, de maneira planear e organizar as operações.


Este ano devera tudo começar cerca de uma a duas semanas mais cedo.


Veremos se se confirma.


A esperança é que depois de um 2014 que deu muita despesa e em que se perdeu muita produção, agora 2015 venha dar uma ajuda para compor as contas, com um ano de qualidade e quantidade.


Veremos se São Pedro valida a esperança.


Até la, o receio, embora controlado, existe.


E assim a vida de vigneron, ha que se ter um coração forte!

sábado, 22 de agosto de 2015

O Antonio Boto

A par do Luis Lopes, ha outra pessoa que tem sido fundamental para que este projecto se torne realidade. Trata-se de um ilustre desconhecido para as pessoas do mundo do vinho português, estou a falar do Antonio Boto.


O Antonio Boto é o meu sogro.

E daquelas pessoas que sempre amaram o campo, que so se sentem bem la fora, na rua, junto as plantas.

E daquelas pessoas que trata as videiras por tu, desde a sua juventude.








Não estudou, não tirou curso. Não porque fosse burro na escola ou por falta de capacidade, mas sim porque naquela altura a familia era pobre, sem possibilidades de pagar estudos aos filhos.

Ou seja o mesmo caso que o que se passou com os meus pais e tantos outros portugueses que nasceram no tempo da ditadura.

Gente que estudou até a quarta classe e depois teve de começar a trabalhar para ajudar a familia a sobreviver. Gente de coragem!



O Antonio Boto não tem portanto formação académica em viticultura.

O seu conhecimento é empirico, vem de dezenas de anos de pratica no campo.

Um conhecimento precioso para quem pretende trabalhar na vinha com métodos respeituosos da vida dos solos.





Como disse trata as videiras por tu.
E ele que me tem ajudado na parte da viticultura.

Ele trouxe o seu conhecimento empirico, o seu conhecimento dos comportamentos das plantas no sopé da Serra da Estrela.

Eu trouxe-lhe métodos e linhas directrizes complementares, baseadas em boas praticas da viticultura na Borgonha e outra regiões francesas.

Sempre em prol da maior qualidade possivel e da expressão do terroir.

Ele tem sido o meu braço direito na parte da viticultura, mas tambem me da uma mão nos trabalhos de adega.

E ele por exemplo que trata de atestar regularmente as barricas, ou que acompanha o Luis nas trasfegas.



Tenho uma relação com ele invulgar. Pouca gente tera uma relação como esta com o seu sogro, tenho sorte!

Sem o apoio dele, teria sido impossivel fazer o que temos feito.






Sem o seu contributo, não poderia ter continuado estes anos a pilotar o projecto a distância.
E portanto uma peça fundamental do meu projecto!
Devo-lhe muito!

domingo, 16 de agosto de 2015

O Luis Lopes

Como vos expliquei em posts anteriores, os vinhos que vos vou apresentando são o resultado não so do terroir do Dão Serra da Estrela, mas tambem o resultado de um trabalho colectivo de pessoas amigas que me têm ajudado a tornar isto tudo real.

Algumas dessas pessoas são mesmo fundamentais. Sem elas nada disto seria possivel.

Hoje vou vos falar de uma dessas pessoas do nucleo duro que sustenta este projecto.
Vou vos falar do meu amigo Luis Lopes.

O Luis é um jovem enologo que conheci por acaso.
O Luis é o enologo da Quinta da Pellada. Conheci-o la em 2010, quando la estive a estagiar.

O Luis é discreto, não procura dos holofotes. Talvez por isso, poucos ja se tenham apercebido da qualidade do trabalho que vem fazendo. Pessoalmente, tenho a perfeita noção que estamos perante um dos mais talentosos enologos da nova geração portuguesa.

Não duvido que daqui a 10 anos não so sera conhecido, como sera muito respeitado. E quero contribuir para que isso aconteça.

O Luis, ja leva varios anos a frente da adega da Quinta da Pellada. Antes disso, o Luis esteve la fora a aprender com os melhores, na Alemanha, na Borgonha. Pode assim aprender o que não encontraria em Portugal, pode abrir a mente e se confrontar com metodos e modelos diferentes.

Na Borgonha procurou trabalhar com grandes nomes da viticultura biodinamica. Esteve a trabalhar no famoso Domaine des Comtes Lafon, onde ao lado de gente sabia e competente, viu e praticou os metodos naturais que têm contribuido para o sucesso mundial da Borgonha.
Metodos que hoje em dia tentamos reproduzir nos vinhos que fazemos em conjunto. Metodos que favorisam a expressão do terroir de cada parcela que cultivo nos vinhos resultantes.

Encontrei no Luis uma "alma gêmea do vinho", partilhamos as mesmas ideias, a mesma perspectiva sobre o vinho. Ambos temos um nivel de exigência altissimo para connosco e para com o nosso trabalho.
Como disse conheci-o por acaso, não era previsto. São daqueles acasos que mudam rumos, que têm grande influência na nossa vida. Hoje em dia não me veria a trabalhar com outro enologo. Se me dessem a escolher entre o Luis ou qualquer uma das estrelas da enologia portuguesa, escolheria sempre o Luis. E daqui a 20 anos quero continuar a trabalhar com ele.

O papel do Luis no projecto tem sido a nivel de trabalhos de adega. E o Luis que conduz a vinificação do branco. Nos tintos é o Luis que vai seguindo os vinhos durante o ano. E ele que realiza as trasfegas, que prepara e realiza os engarrafamentos.


E tambem com ele que decidimos os lotes. E nesse campo o Luis tem um talento enorme.

Alguns dos tintos de 2013 que vamos lançar em 2016, vão mostrar isso mesmo. Sabemos que o nivel de alguns deles é simplesmente enorme. Se ja estavamos satisfeitos com o que ja lançamos no mercado até agora, sabemos que o que vamos lançar nos proximos anos vai ser ainda mais impressionante.

So nos e algumas pessoas sabem do que estou a falar por enquanto.

Apenas vos digo que um dos tintos que vamos lançar é um lote especial que o Luis preparou.
E digamos assim o "lote do Luis", o "vinho do Luis".

Um lote a partir de 3 das vinhas velhas que cultivo e que deixa o Luis ajoelhado cada vez que o provamos. Sera como disse o vinho do Luis. Sera o Luis a escolher o nome e o rotulo do vinho. Uma serie limitada de 300 garrafas, um vinho de coleção que servira de homenagem a todo o trabalho que o Luis vem realizando neste projecto.

Um vinho que espero ira contribuir para que cada um de vocês conheça e reconheça o talento do Luis Lopes!

sábado, 1 de agosto de 2015

As pessoas por detras do vinho

Nada se consegue sozinho.
Isto é algo que vamos aprendendo ao longo da vida.
Sozinho nunca teria conseguido o que tenho alcançado.
Cada garrafa que vos vou apresentando é o resultado de um trabalho colectivo.


Para ser justo, as garrafas em vez de mencionar "Antonio Madeira" deveriam mencionar "Antonio Madeira, familiares e amigos", porque são familiares e amigos os que me vão ajudando a concretizar este sonho de mudança de modo de vida.

Cada um participa no que pode. Cada um tem o seu papel.
Algumas destas pessoas têm sido pedras basilares do projecto, sem elas nada feito.
Numa aventura colectiva onde ja participaram 20 ou 30 pessoas, ha pelo menos 3 ou 4 pessoas cuja ajuda tem sido fundamental.

Irei dedicar alguns dos proximos posts para vos falar de algumas destas pessoas.
Pessoas boas e amigas de verdade!