Neste momento encontro-me preocupado com a evolução da maturação das uvas.
Esta tudo muito atrasado e heterogeneo.
Em algumas castas ainda so se a pouco tempo fizeram o pintor e isso preocupa-me por varios motivos.
Para ja é sempre preocupante não estar perto, não poder seguir e intervir ao vivo de maneira continua.
Estamos por isso sempre numa especie de escuridão, assim como dependentes de outros, da sua disponibilidade, capacidade e boa-vontade.
Depois estou preocupado porque este atraso significa que se vai vindimar muito mais tarde do que o habitual e isso é chato.
Chato porque nunca se sabe como pode estar o tempo (clima) em setembro, principalmente em fim de setembro, onde a probabilidade de chuvas aumenta. E se a chuva é boa em certas alturas do ciclo vegetativo, na altura da vindima não é nada benvinda.
Chato tambem porque ja tenho 3 semanas de "férias" planeadas para a vindima e vinificação a partir de 15 de setembro e se calhar vou cedo demais...
Penso que este atraso esta relacionado com dois factores.
O principal deve-se ao inverno muito seco que se viveu este ano na região. Praticamente não choveu, tivemos o inverno mais seco dos ultimos 80 anos e isso afectou muito as reservas hidricas nos solos. Assim ha menos disponibilidade de agua para as videiras e a fotossintese faz-se assim com mais dificuldade, a um ritmo mais lento do habitual.
O outro factor é o facto de eu podar tarde de maneira a atrasar o abrolhamento e assim prevenir o risco de geadas tardias. O inconveniente é que deste modo todo o ciclo se atrasa, principalmente em anos mais dificeis.
E assim provavel que os mostos sejam assim ainda mais acidos do que o habitual (sendo que acidez é coisa que não costumar faltar na região). E importante equilibra-la com uma boa maturação das uvas.
De maneira a compor a situação foi realizada uma monda semana passada. Os cachos mais verdes, mais atrasados foram removidos, assim como os cachitos das netas.
Espero que o efeito se veja nas proximas semanas, com a agua disponivel a ser canalizada para a maturação das uvas que ficaram.
Terroir of the Dão Serra da Estrela - Antonio Madeira Wines - Real wine from Portugal - Old vines - Native varieties
domingo, 26 de agosto de 2012
sábado, 4 de agosto de 2012
A desfolha
Alem da desponta realizaram-se mais trabalhos em verde no mês de Julho, concratemente a desfolha, assim como compor os cachos.
Por prevenção, cuidamos de separar os cachos uns dos outros, pois quando se tocam têm tendencia a apodrecer na fase da maturação.
Assim ficaram soltos e sãos.
Uma coisa de que mais me convenço é que para a saude do viticultor (e dos consumidores) vale mesmo a pena cultivar em modo biologico.
Quando se esta a realizar este tipo de trabalhos, mergulhamos na vegetação da vinha, respiramos os pos dos tratamentos realizados. Saimos de ali, com as narinas cheias, com a roupa e a pele a cheirar a enchofre...
Os olhos tambem levam a sua dose, ficando vermelhos.
Não gosto nada destas sensações e não duvido de que sejam nefastas para a saude.
Por isso, se um dia isto tudo seguir em frente e tiver condições para me dedicar a tempo inteiro a esta actividade, terei de passar em produção biologica. A vinha, o meio ambiente, o vinho, os consumidores e finalemente a minha saude ficaram a ganhar com isso.
Para terminar este post, deixo os meus agradecimentos ao meu sogro, que mais uma vez me ajudou, e sem quem tudo isto não teria sido possivel.
Isso permitiu arejar os cachos e criar um micro-ambiente favoravel ao não desenvolvimentos de fungos.
Por prevenção, cuidamos de separar os cachos uns dos outros, pois quando se tocam têm tendencia a apodrecer na fase da maturação.
Assim ficaram soltos e sãos.
Para isso tivemos de ja remover alguns cachos.
Tambem se removeram alguns onde se via que nunca iriam amadurecer, cachos muito miuditos, ou no caso de cêpas mais fraquinhas.
Apesar da carga de uva nas videiras estar alta, ainda não retiramos muita carga por enquanto. Pois ainda é cedo para isso. Deixa-los lutar uns com os outros por enquanto e assim ficar controlado o tamanho dos bagos.
Daqui a pouco tempo, em Agosto uma ou duas semanas depois do pintor, ja sera efectuada a monda, para ajustar a carga ao nivel de qualidade pretendido.
Uma coisa de que mais me convenço é que para a saude do viticultor (e dos consumidores) vale mesmo a pena cultivar em modo biologico.
Quando se esta a realizar este tipo de trabalhos, mergulhamos na vegetação da vinha, respiramos os pos dos tratamentos realizados. Saimos de ali, com as narinas cheias, com a roupa e a pele a cheirar a enchofre...
Os olhos tambem levam a sua dose, ficando vermelhos.
Não gosto nada destas sensações e não duvido de que sejam nefastas para a saude.
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