sexta-feira, 6 de junho de 2014

As castas nas vinhas velhas do Dão Serrano

A titulo ilustrativo fica aqui a composição, em termos de castas, da vinha velha do granito rosa.
Recordo que se trata de uma vinha com duas partes, uma com 50 e outra com 100 anos.


O que vemos?

Primeiro, que o branco, embora misturado com o tinto, estava bastante presente nos encepamentos antigos. Vemos aqui uma proporção de 40% de branco e 60% de tinto.

Encontramos tambem a presença do classico blend Cerceal/Bical no branco.
Da ainda curta experiência que vou ganhando, palpito que os antigos procuravam equilibrar a facil maturação do Bical (ou mesmo os seus riscos de sobrematuração) com a acidez da Cerceal.

A completar este tipico field blend de branco, encontramos uma curiosidade com o nome de Castelão Branco. No momento em que escrevo este texto, confesso que não sei ainda que casta é esta. Talvez uma daquelas castas antigas hoje esquecidas?



Nas tintas vemos que metade do encepamento desta vinha do sopé da Serra da Estrela é composto de Jaen. A casta preferida dos lavradores serranos.

Vemos tambem que a Jaen nesta terra gosta de ser acompanhada pela sua amiga historica, a Baga.
Blend que funciona um pouco como o que descrevi mais acima sobre o dueto Bical/Cerceal, com a Jaen de facil maturação e baixa acidez (a lembrar o Bical) e a Baga mais viva a equilibrar o conjunto (como o fazia o Cerceal em relação a Bical).

Alem destas duas vemos tambem a Tinta Amarela/Trincadeira, casta que estamos mais habituados a ler nos contra-rotulos dos vinhos do Douro ou Alentejo, mas que tenho encontrado bastantes vezes nas vinhas velhas do Dão Serrano. A sua presença por aqui vem de longe portanto.

Para finalizar o field blend tinto, uma mistura de varias castas tintas antigas.

Assim era o Dão Serrano no tempo dos nossos avos!

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