Fim de Abril, altura de realizar os segundos trabalhos da terra do ano.
Depois da escava invernal foi agora tempo de lavrar a terra.
Esta segunda volta é necessaria para preparar o solo para ajudar ao crescimento dos novos lançamentos.
Depois da chuva invernal, as ervas cresceram muito, iriam ao manter-se altas, competir demasiado com as cêpas, em particular na luta pela agua.
Alem disso a lavra permite recobrir de terra os regos da escava. As cêpas ficam assim protegidas dos calores que virão no verão e ao mesmo tempo tapam-se assim as ervas eventuais que nasceram nas linhas.
Este trabalho mecanico permite portanto evitar o uso de herbicidas, o quimico destruidor de vida do solo.
Nestas fotos vemos o trabalho realizado na vinha velha onde tenho muito Bastardo.
Esta vinha tinha sido estrumada em Dezembro, carreira sim, carreira não.
Agora so foram lavradas as carreiras que não tinha levado estrume.
Foram lavradas a cavalo.
Nas carreiras que levaram estrume, limitamo-nos a cortar as ervas com uma maquina de fio.
Cada vez mais chegam vozes a criticarem-me por estes métodos, a criticarem-me por não seguir a via quimica, a via do não trabalho dos solos, a via do uso dos herbicidas.
Como se pode ver ao percorrer nesta altura as vinhas do Dão e das outras regiões do pais, essa é a via seguida por 99% dos produtores.
A essas vozes respondo o seguinte:
Ao trabalhar o solo como o faço ficam os trabalhos mais caros? Ficam sim.
Fica a produção do vinho mais caro? Fica sim.
Ficam os solos mais vivos? Ficam.
Aumenta a qualidade do vinho? Aumenta, sem duvida.
Permite desenvolver os micro-organismos necessarios a vnificação do vinho sem uso de produtos enologicos? Permite, em particular das leveduras.
Alem disso digo-lhes o seguinte : quando beberem o meu vinho, se o chegarem a fazer, poderão ter a certeza que não estarão a beber algo que contem veneno para a vossa saude.
Estes métodos respeitam a terra, respeitam a saude dos homens que trabalham nas vinhas e respeitam a saude de quem bebe o vinho.
Se não for para trabalhar assim, então prefiro dedicar-me a outra coisa do que vinho!
Caro António,
ResponderEliminarEstou totalmente de acordo, mas são as exigências da sociedade de consumo: ter muito e barato.
Poria a hipótese de usar um moto-enxada em vez do cavalo? É um veículo leve e que não compacta a terra.
Cumprimentos,
Miguel Martinho
E uma hipotese a ter em conta, mas prefiro o cavalo.
ResponderEliminarQuer em termos qualitativos, quer nas suas vertentes sociais e culturais, o projecto fica a ganhar.
Está no bom caminho, António. Mantenha o seu perfil e o perfil do seu vinho. Quem o compra também aprecia e compra os seus métodos.
ResponderEliminarCumprimentos,
Rui
Obrigado Rui
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