quarta-feira, 8 de maio de 2013

Remar, remar!

Estes dias têm sido intensos.
Bastantes tarefas realizadas.

Os lançamentos queimados foram removidos na quinta-feira da semana passada, no quinto dia a seguir aquela noite de geada.
Na quinta-feira ja se via muito melhor o que estava ou não queimado do que na segunda, o que facilitou a tomada de decisão e o trabalho.
Segundo o meu sogro, no global foram removidos cerca de 60% dos lançamentos.
A parte de cima da vinha estava menos afectada, ai eram cerca de 20% de lançamentos afectados.
Na parte de baixo os estragos eram muito maiores, havendos partes completamente queimadas.

Depois deste trabalho feito, parece que a vinha tem reagido bem nos ultimos dias.

Foto do inicio de Maio 2012
Nesta e nas outras vinhas tambem foi aplicado algum enxofre em po, para prevenir oidio, mas tambem para aquecer um pouco a vegetação e puxar por ela.

Alem disso na ultima vinha que comecei a tratar este ano, tambem capinamos, cortamos a erva que havia com a maquina a fio que nos emprestaram na Pellada.

Varias tarefas que foi preciso organizar a distancia.
O meu sogro tem sido formidavel na ajuda que me tem dado na realização destas tarefas, tenho sorte de poder contar com ele.
No vinho como em tudo, sozinhos não somos nada!

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Maldita geada!

O que vinha a temer confirmou-se. 
Uma forte queda de temperatura trouxe com ela neve na serra e geada na noite de sabado para domingo. 

O balanço é pesado.

A vinha que salvei queimou-se muito, muito mesmo. Esta vinha esta num local frio e por isso sensivel as geadas tardias. Ja antes de tomar conta dela estava consciente deste risco. Assumi-o, pois procuro ali exacerbar a frescura caracteristica do local. So que nos anos mais duros, a cacetada é violenta... Fiz o que me era possivel para prevenir este tipo de acontecimentos, realizando as medidas culturais adequadas. Podei tarde para atrasar o abrolhamento e removi as ervas debaixo das linhas. Mas mesmo assim não me livrei este ano...
E dificil avaliar com precisão os estragos. Segundo as diferentes opiniões de quem la foi ver entre 70 a 90% dos lançamentos ficaram queimados... Ou seja praticamente toda a produção ficou comprometida.

Este ultimos dias tiveram por isso um sabor amargo, com algum desanimo a mistura.
Agora, como dizem os jogadores de futebol no flash interview a seguir a uma derrota, ha que levantar a cabeça. O diagnostico feito, agora é momento de agir para tornar o quadro menos negro.
Ja esta semana, serão retirados os lançamentos queimadas, ficando so o olho por abrolhar na base do mesmo, assim como os lançamentos que escaparam. Esta medida devera permitir um novo abrolhamento mais rapidamente. A produção sera assim bem menor em quantidade, mas talvez ainda se consiga fazer pouco e bom. Ha que não baixar os braços.

Das duas outras vinhas de que trato chegam noticias mais positivas. 
Os locais e as suas caracteristicas são diferentes, menos expostos a este tipo de riscos.
A vinha centenaria não apanhou nenhuma geada, felizmente. 
Na outra vinha que comecei este ano a tratar, tambem não houve estragos de maoir. Na parte de cima, onde estão as cepas tintas, não apanhou nada. Na parte de baixo, onde esta o branco ai sim apanhou um pouco, mas mesmo assim nada de maior, pois nessa parte o abrolhamento estava mais atrasado.

Assim sendo, sempre devera haver algum vinho em 2013.

Em principio, segundo as previsões meteorologicas, o pior ja passou, é provavel que ja não haja mais geadas tardias neste inicio de ciclo vegetativo.

Desde que iniciei esta aventura em 2010, não houve dois anos iguais, todos com as suas dificuldades e virtudes, cada um a por a prova a nossa capacidade de adaptação. 
A viticultura no Dão, principalmente por razões climaticas, não é nada facil, é exigente, puxa por nos!